sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Novo ano - Necessidade e Desejos

      
      Há dois anos seguidos venho publicando a mesma mensagem de ano-novo que na verdade não deixa exatamente muitas pessoas felizes, ironicamente, pretendia falar de um possível bom ano para todos indistintamente. Se ainda alguém quiser conferir este texto você pode ler aqui. Na verdade uma boa parte de mim ainda esta mais inclinado ao velho texto, mas andei refletindo que, mesmo sabendo que o "ano novo" nada mais é do que uma mera convenção ele pode servir para nos dá a ilusão (vamos pensar que é uma boa ilusão) que é possível recomeçar, mudar. Nesses períodos é comum as pessoas prometerem aos outros e a si mesmos várias coisas que não cumprem, não porque são mentirosas inveteradas, mas porque simplesmente é comum nós "desejarmos" coisas que efetivamente não queremos ou talvez não ansiamos de verdade, mas talvez precisemos, seja porque amigos esperam algo, a família ficaria orgulhosa ou simplesmente para pagar as contas. Não são desejos, são necessidades e por mais que inventamos e se inventem mil adornos para elas, ninguém realmente deseja necessitar de algo.
      Diante disso, desejo a todos que tenham capacidade de conseguir no ano vindouro realizar essa mágica mudança que pode ser operada apenas com o avançar do calendário e que nesta mudança tenham sorte de conseguirem o que se precisa e mais que tudo, alguns desejos efetivos se realizem.
      Um grande abraço a todos! E vamos sorrir com esperança, enquanto estamos vivos há um futuro.

By- Adriano Cabral

domingo, 19 de dezembro de 2010

Dois Anos de Vida, Parabéns Blog Spensando!

     
       Parece que foi ontem ou como alguns dizem parece que foi sempre... Explico esta segunta parte: Uma das leitoras, obviamente muito gentil, diz que tem a sensação que este blog parece fazer parte da vida dela desde há muito tempo, mas não foi ontem nem sempre, hoje faz exatamente dois anos que resolvi entrar nessa aventura de me expor de todas as formas através de contos, crônicas, ensaios, análises ou simplesmente pensamentos. Já se vão 106 postagens, este ano 54. Em média temos 1200 visitas vindos de 36 países. No Brasil há leitores de 267 cidades, as dez mais estão listadas abaixo no ano de 2010:
1-Recife 2.995 22,21%
2- Sao Paulo 1.508 11,18%
3- Rio de Janeiro 1.246 9,24%
4- Belo Horizonte 1.004 7,45%
5- Salvador 693 5,14%
6- Curitiba 394 2,92%
7- Sao Bernardo 379 2,81%
8- Fortaleza 336 2,49%
9- Brasilia 296 2,20%
10- Belem 258 1,91%
      Eu agradeço de coração a gentileza e a boa vontade destas pessoas de conseguirem extrair algo interessante de meus escritos e do conteúdo exposto aqui. Desta vez não vou citar nomes, são tantas pessoas legais deixando comentários inteligentes e espetaculares, tantos leitores anônimos que simplesmente acompanham que seria injusto citar um ou dois nomes e deixar o resto de lado, por isso, meu agradecimento vai pra todos de coração.
Este ano explorei vários gêneros literários inclusive entrei na crônica política, o que era inevitável diante das eleições presidenciais. E depois de meses de política e de um texto duríssimo como A PRECE, decide "premiar" os leitores mais fiéis (que apreciam o gênero romântico) com o texto Um Amor Para Toda Vida (A novelinha do blog). Inclusive com final provavelmente aprovado pela "torcida" que se formou através dos comentários. Adorei escrever este texto e amei os comentários dos leitores, vocês realmente "construíram" o final.
Convido os leitores a votarem no melhor texto de 2010 que será escolhido dentre os dez textos mais lidos do ano. Por sinal, Idiotices que Temos que Ouvir ao Fim da Relação teve uma monstruosa leitura individual de 1500 leituras.

      Tudo acima exposto me incentiva a continuar produzindo e expondo o que o mundo traz pra mim e acho importante compartilhar. Quanto ao natal, não tenho nada a dizer a não ser a mensagem de natal do ano passado que você pode ler aqui vale a pena conferir.
Por fim, o bloguinho é feito por todos vocês, parabéns pelos dois aninhos de vida. Um grande beijo a todos!
Os dez textos mais lidos do ano de 2010 foram os listados abaixo, quem quiser conferir basta clicar no nome:

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Um Amor Para Toda Vida - Parte Final.

       
      Todas às histórias tem um fim, inclusive as de amor. Elas só duram para sempre quando o autor esquece-se de terminá-las ou talvez as finda com reticências. A minha começou a terminar há três anos quando ouvi as palavras mais terríveis proferidas pela boca de um ser humano:
- Foi um erro, tudo isso foi um erro?
-Como assim? Eu repetia completamente incrédula, era como se eu estivesse sendo enterrada por uma cadeia de montanhas. Naquele instante eu não era exatamente eu mesma.
- Um erro, não podia ter acontecido, sou um homem casado...
- Você só descobriu isso agora?
- Sou um pastor...
- Então é isso, porque não sou evangélica? Não faz isso, não diz que tudo foi um erro! Olha, se o problema for esse eu aceito ser uma. Eu aceito qualquer coisa desde que você não fique aí repetindo que tudo foi um erro.
- Não, não é isso, você é apenas uma garotinha! Sou um velho! Tudo isso foi um erro!
-Porra! Explodi em palavras e lágrimas, eu não sou uma garotinha, eu sou um ser humano que te ama desde que descobriu que é gente. Não faz isso comigo, não faz!
-Não há nada a ser feito, me perdoe se fores capaz, a culpa é toda minha, a culpa por este erro.
Corri em sua direção para abraçá-lo, ele me deteve, eu mal tinha forças para respirar. Foi com se tivesse sido espancada. Não tenho vergonha de dizer isso, fiz o que deveria fazer, eu implorei:
-Por favor, não faz isso!Me deixa chegar perto, me deixa te abraçar! Pelo amor de Deus não faz isso! Eu te amo! Ele continuava com as mãos impedindo meu abraço, faltaram-me forças para manter-me de pé, senti-me completamente destruída, caí de joelhos aos seus pés repetindo, não me deixa!
- Tudo isso foi um erro, me perdoe!
- Mas eu te amo! E eu sei que me amas! Eu senti isso várias vezes quando estiveste em meus braços, senti no teu olhar, senti na tua voz, senti na tua alma, se você me ama, porque faz isso? Pelo amor de Deus, porque você ta fazendo isso!
- Eu... Não sei. Só sei que tudo isso foi um grande erro. Ele largou-me e foi em direção a porta, não sei exatamente o que me fez saltar ficar na frente dele tentando impedi-lo de sair. Até hoje não sei se agi daquela forma movida pelo desespero da perda da minha mãe ou apenas não aceitando que tudo estava acabando ali, naquele exato momento. Ele tentava abrir a porta, eu empurrava suas mãos gigantes, ele era muito grande e forte, eu ainda pequena e frágil, mas tinha ciência que se ele cruzasse a porta não tinha mais volta. Tinha que lutar.
- Fala pra mim que você não me ama! Fala, diz isso nos meus olhos. Provavelmente quem estiver me lendo agora achar-me-á um ser um tanto patético, mas sabe, eu me orgulho de tudo que fiz, por amor.
-O amor não é suficiente! Dito isto, ele segurou firme meus braços, me pôs longe da porta e partiu. Dá pra ter uma idéia que junto com ele o melhor de mim se foi em mil pedaços.
Depois de meses, cansei de tentar entender o ininteligível, ele simplesmente voltou para esposa como se nada tivesse acontecido e ignorava qualquer tentativa minha de aproximação. A dor da perda de minha mãe juntou-se com o deprimente fim de minha história com Davi, era com um castigo divino. Os anos que se seguiram mergulhei no trabalho, estudos, concursos, qualquer coisa que ocupasse não só meu tempo, minha própria alma. Qualquer lembrança que tinha daqueles anos sonhando se converteram no ódio tão ou mais puro que o amor que sentia. Neste turbilhão de insensatez encontrei Felipe quando eu já estava estabelecida em São Paulo. Tinha quase minha idade, professor de direito e metido a escritor. Além de divertido e inteligente escrevia coisas lindíssimas para mim das formas mais inusitadas. Desde cartas, e-mails até poeminhas deixados na minha bolsa enlaçados por dois chocolates servindo como envelope ou num buquê de rosas onde cada uma vinha com uma frase que formava um poema. “Para “piorar” tinha toda paciência do mundo para suportar minha obsessão pelo trabalho e meus chiliques de “não quero ver nenhum humano na minha frente”. Decidimos morar juntos já fazia seis meses, sem dúvida ele era o homem que traria paz e equilíbrio para minha vida, alguém com quem eu sabia que definitivamente podia contar. Foi aí que pintou o convite para ir ao casamento da Mirela. Eu não queria ir por vários motivos, dentre outros que o Felipe tinha uma banca no final de semana e eu teria que ir só. Ele obviamente insistiu pra eu ir, pois dava muito valor aos laços de família. Já fazia dois anos que não tinha nenhum tipo de contato com minha cidade, mas devido à insistência resolvi viajar e passar só dois dias.
Após o casamento fui “convidada” a ir para recepção dos noivos, só podia ficar poucas horas, pois meu vôo partiria na mesma noite. Quando estava sozinha vendo a multidão na pista de dança ouvi uma voz familiar e quase meu coração pulou pela boca.

-Minha filha querida! Há quanto tempo. Dito isso recebi um longo abraço.
-Dona Adelaide, mas que grata surpresa! Esta com a família? Perguntei quase que automaticamente, a resposta fez minhas pernas tremerem.
-Sim, estou com meu filho e esposa, você precisa ver meu netinho! E foi logo me puxando, não tinha como evitá-la, segui-a como quem caminha para um cadafalso, meu ódio agora se transmudava em medo, terror em deparar-me com um casal feliz e seu olhar de esquecimento, quem foi que te iludiu acreditando que um verdadeiro amor pode ser esquecido? Ele tinha um filho, Deus! O que eu esperava afinal?
-Oi professorinha! Respirei aliviada, era Flávio com sua esposa e filho. Instintivamente olhei ao redor procurando o irmão. Flávio parecia adivinhar meus pensamentos e depois das apresentações ele me chamou para um canto.
- Você procura o Davi?
- Eu não!
-Ah que pena! Então deixa.
- Como assim? Espera, não o procurava, mas gostaria de saber como ele ta, cadê ele e sua esposa.
- Você não sabe? Faz quase três anos que ele se separou.
- Como assim?
- A vadia da ex-mulher dele apareceu grávida do Pastor Cleyton, o mesmo que ia e vinha nas missões com ela. A safada ainda teve a cara-de-pau de pedir perdão, claro meu mano não aceitou. Aquelas informações estavam realmente me deixando num misto de êxtase, tristeza, indignação e remorso. Agora tudo fazia sentido, talvez ele tenha descoberto que a esposa estava grávida e achava que o filho era dele, por isso tinha rompido comigo.
-Meu Deus! E onde ele está agora.
- No mesmo lugar de sempre, na casa da mamãe, nunca mais se relacionou com ninguém, parece que desistiu de tudo. Inclusive preferiu não vir pra festa, anda totalmente recluso.
- Que pena, Deus! Olhei o relógio faltavam duas horas para partida do meu vôo. Despedi-me da família e fui em direção a porta quando uma mão me deteve. Tomei um susto, imaginei logo que era meu destino mais uma vez me pregando uma peça, na verdade era Flávio novamente.
- Professorinha, antes que você fosse, só queria te dizer que ele me falou de você.
- Como assim?
- Ele me falou do amor que sente por você.
- Como assim? Parte de mim não queria mais ouvir, saí quase correndo, não sem antes de ouvir a voz dele gritando: Ele ainda te ama!

      Entrei no táxi sem dizer pra onde ir, ele partiu e o motorista parecia entender minha indecisão, pois ficou em silêncio. Enquanto carro seguia comecei a pensar em tudo que passara até ali, o treino de judô, o primeiro tombo, os anos da infância abundante de felicidade ouvindo às histórias e sonhando o futuro brilhante, a decepção as 14 anos, o projeto 18,  o segundo tombo, a morte de minha mãe, o reencontro, os dias mais felizes de minha vida e a humilhante separação. Os anos de agonia e solidão e finalmente Felipe, o homem perfeito, alguém que me escolheu como primeira opção, equilibrado, bonito, amoroso, ele representava o que podia chamar amor adulto, sem dúvida ele merecia o melhor que a vida pode oferecer, merecia alguém só pra ele. Por mais triste que isso possa parecer para alguns românticos de plantão, não tinha outra coisa mais sensata a fazer, como eu disse no início, toda história tem um fim.

- Direto para o aeroporto.

Uma semana se passara e os noivos tinham acabado de se beijar, a igreja estava lotada. Provavelmente foi o casamento mais lindo que vi na vida. Indubitavelmente o pastor que dirigiu a cerimônia sabia falar de amor. A igreja já estava ficando vazia, todos indo para recepção logo ao lado. O pastor olhou pra mim ao longe, curioso, ergui-me e fui aproximando-me dele.
- Linda cerimônia pastor, o senhor sabe falar de amor!
-Obrigado! Mas como você veio parar aqui?
-O Senhor acredita em astrologia?
-Não muito!
-Pois bem, meu mapa astrológico determinou que reencontraria o amor de minha vida hoje, aqui, nesta igreja, o senhor ainda duvida dos astros?
-Pensando bem, tem algo sobre astros no novo testamento e sobre uma estrela que levaria ao amor supremo. Agora penso... Talvez fosse uma Estrelinha.
-Quem sabe... Dei um largo sorriso e ofereci minha mão, Davi tomou-a e fomos caminhando para fora do templo, sentamos no banquinho de frente a um laguinho da igreja e ficamos abraçados em silêncio por um longo tempo enquanto lágrimas desciam suavemente de nossas órbitas, e por fim nos beijamos, o beijo que selou para sempre o fim e de nossas dores e o verdadeiro início de nossa história de amor que se renovou através dos anos.
      Sim, logo após o casamento da Mirela fui pra São Paulo e rompi com Felipe, ele merecia muito mais do que ter uma mulher para sempre dividida, pertencendo de fato a outro. Larguei o emprego, pus meu apartamento à venda, se fui irracional? Provavelmente alguém pode estar pensando isso. Mas talvez alguém que agora me lê entenda que nada no mundo vale mais que um amor como esse, um amor para toda vida.

E foi assim que nossa história teve fim. Será que essas histórias realmente têm fim?

By- Adriano Cabral















terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Um Amor Para Toda Vida (parte 3) - Os Sonhadores e o Despertar

      
       Toda história de amor tem um início e a minha começou com um tombo, ou melhor, com um quase tombo evitado por mim, nisso, salvei alguém de uma queda e meu mundinho perfeito definitivamente caiu. Explico, tudo aconteceu numa tarde quando estava retornando para casa de minha mãe, lá estava eu subindo as escadas quando de repente percebi que uma moça estava perdendo os sentidos, por sorte estava há dois palmos de distância, bastou um pequeno salto e consegui segurá-la nos braços. Não hesitei em levá-la para casa enquanto minha vizinha falava sem parar, sua voz só sumiu quando minha mãe apareceu e foi ela a destinatária do falatório da vizinha. Quando repousei o corpo da moça na minha antiga cama de solteiro foi que pude perceber o quanto ela era bela, aquela beleza inata que dispensa qualquer adorno ou adjetivo: Bela. Ao fixar meus olhos em sua face, inexplicavelmente tive um estremecimento seguido de uma sensação de bem-estar. De súbito esse estado de coisas foi cortado pela voz que ecoou entre lágrimas chamando pelo nome da mãe. Percebi que ela estava em choque, mas naquele instante soube quem era aquela bela moça, era a Estrelinha.
      Até aquele dia Ester era apenas a mocinha que conhecera desde que ela era uma criança e que fiz questão de manter contato através dos anos. Ela era aquele tipo de criatura que tentamos preservar por perto para lembrarmos como o mundo pode ser puro e bom. Confesso que os anos foram se devorando e ela foi desaparecendo aos poucos, sem nenhuma boa explicação até que sumiu definitivamente. Já não tinha notícias dela há quase dez anos, mas todas às vezes quando lembrava algo definitivamente bom e imaculado, lembrava da Estrelinha. Chamamos um vizinho que além de médico era bom amigo da família que lhe aplicou sedativos. Fiquei horas no silêncio daquele quarto imaginando a dor que ela deveria estar sentindo, da solidão, afinal era só ela, a mãe e avó que por àquelas horas também estava hospitalizada. Também fiquei desenhando mentalmente como teria sido a vida daquela menininha que agora se transformou nessa mulher. Uau e que mulher! Era constrangedor pensar essas coisas naquelas circunstâncias, ainda mais em se tratando de um homem bem mais velho que ela e casado. Diga-se de passagem, nem tinha certeza se ela se lembraria de mim ainda. No instante que completei o raciocínio ela acordou, parecia ainda zonza em razão dos sedativos, então pude testar sua memória chamando-a pelo antigo apelido, assim o fiz com grande pesar na face que o momento exigia. Ela desatou a chorar, aproximei-me e segurei suas mãos, as minhas lágrimas agora se misturavam com as dela, então estretei-a nos braços, foi neste instante que o mundo se despedaçou. Ao sentir o contato tão próximo do corpo dela ao meu, ao recebê-la tão entregue, tão indefesa, tão exposta em meus braços, senti algo que nenhum homem digno poderia sentir naquele momento: Desejo! Desejo dilacerante, intenso, imenso, desesperador, como se não só meu corpo, meu espírito estivesse há séculos cruzando um infinito deserto e aquela boca fosse à última fonte de vida do universo. Involuntariamente estreitei mais ainda o abraço, e ela ainda estava lá, inerte, provavelmente ainda entorpecida pela medicação e pela dor. Não pude nem quis pensar em mais nada e a beijei como um cão faminto. Em seguida ela adormeceu. Parte mim ficou aliviado, talvez ela nem se lembrasse da minha insensatez. Fiquei mortificado. Passei a noite toda a me martirizar, monstro, era a palavra mais doce que podia repetir pra mim mesmo. De manhã cedo minha mãe comunicou-me da decisão de manter Estela como hóspede nos próximos dias. Fiquei estarrecido, tal situação seria insustentável. Eu não podia mais permanecer lá, corri para o quarto que outrora fora do meu irmão mais novo e fiz as malas, tinha que imaginar uma desculpa para sair daquela maneira. Mas antes de tudo tinha que enfrentar o preço do pecado. Bate na porta, Ester permitiu meu acesso.
- Não vai de jeito nenhum!
- Nada que você disser vai me demover. Nem mesmo peço seu perdão porque nada é capaz de limpar algumas nódoas. Tenho certeza que não é de uma presença como a minha que você precisa num momento como este de sua vida. Nisto já estava abrindo a porta quando estremeci ao sentir aqueles dois bracinhos envolvendo minha cintura, voltei-me e ela beijou-me com tanta certeza que não podia acreditar no que estava acontecendo, em seguida disse-me com o sorriso mais belo do mundo: Realmente não preciso de você neste momento, precisava e preciso de você por toda minha vida. E foi aí que nos tornamos sonhadores...

E em nosso sonho em cada beijo era um verso de uma longa saga ou será épico? Em que Ester revelava-me que já me amava desde criança e seu projeto 18 (Será que eu também já não profetizava meu amor ao ocultar dela nas cartas que trocávamos informações sobre minha namorada, agora minha esposa?). E nas longas horas caminhando à noite na praia, de mãos dadas eu quem me calava encantado e com um sorriso cravado na face. Pra que falar e interromper o canto da sereia, pra que falar se a cada dez passos um beijo apaixonado e ardente se espalhava por todos os átomos de nossos corpos? Já passava dos 38 anos mas sentia-me criança nas mãos daquela mulher que despertava em mim a sede e a fome de ser livre.
       E em nosso sonho ela conseguia me desvencilhar dos grilhões da vergonha e do pejo e dar total vazão ao meu desejo. Tudo feito por amor é purificado, tudo será perdoado e nada impedirá de duas pessoas que se amam serem felizes, repetia ela sem parar. E qualquer lugar era o lugar para os amantes. Uma entrega sem limites, sem parâmetros, sem restrições, apenas acompanhados e cronometrados no ritmo ardente de nossas bocas, línguas, pernas, saliva, tendo como motor os corações. Finalmente descobri o significado da palavra prazer.

      Já fazia 13 dias que estávamos em contato contínuo, dormindo poucas horas, minha mãe completamente alheia a tudo não poderia pensar o impensável. Estávamos no morrer da tarde no parque das esculturas. O mar batia nas rochas, a lua surgia e só estávamos nós dois no mundo, era domingo, provavelmente o segundo domingo da minha vida adulta em que eu não pusera os pés na igreja, e desta vez não sentia a menor falta disso. Ela estava deitada no meu colo, amparada pelos meus braços.
-Eu também te amo!
-Porque você fala tanto isso hein Estrelinha, só pra eu dizer também?
-Não precisa!
-Não?
-Claro que não, você me disse há 17 anos que seu horóscopo havia te dito que eu era o amor da sua vida, esqueceu seu bobão?
- Ah, só isso?
- Não. E dito isto, ela começou a intercalar as frases com beijos, ora curtos, ora mais longos conforme o tom delas. Eu sei que você me ama, pelo jeito que me olha, olha não me persegue, me queima, me marca, me prende com o olhar, sei que você me ama quando sinto seu toque em completo compasso e bailando no meu e o seu se misturam, sei que você me ama porque se esse amor todo que sinto fosse só meu, não existiria amor no mundo. E quando eu estava prestes a confirmar, veio um beijo dominante, e nos amamos ali mesmo sob o teto de estrelas.
Estava tudo decidido, não havia condições nenhuma de continuar casado com Brenda. Parte de mim ainda me dizia que a amava, mas quase o todo de mim falava e gritava que era Ester a única mulher da minha vida. Se Deus escreve torto, há de escrever por linhas tortas, logo Ele está sempre certo. Ester nem precisou pedir, eu resolvi definir logo minha vida prometi pra ela fazê-lo antes da chegada da minha até então esposa. Resolvi fazer por telefone.
- Oi Davi, tenho novidades!
- Eu também, gostaria que você fosse forte!
-Espera, a minha é mais importante...Voce já sabe né?
- Mas... Fui interrompido.
-Você será papai!
-Como?
- Você será papai.
Neste exato instante a Estrelinha entrou no quarto ansiosa para saber o resultado daquela história...

Saiba o final clicando aqui
By- Adriano Cabral

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Um Amor Para Toda Vida (parte 2) - Morte e Vida


     
      Após a palestra fui direto ao aeroporto, a saudade da minha terra era imensa, ô ditado perfeito: Não há lugar melhor que o lar. Mesmo assim não me arrependo de ter passado meus últimos três anos na paulicéia desvairada, aprendi muito, tive tempo o suficiente para superar o  estressante divórcio com aquele ser nauseante e voltava pra casa revigorada. Antes de subir no avião liguei novamente para minha mãe, e de novo, estranhamente ninguém atendeu. Ainda bem que meu tio ligou-me hoje cedo dizendo que tava tudo bem e a mamy tava na casa da vovó que de teimosa nao tinha telefone. No final das contas a mãe era a única pessoa no mundo com quem tive uma recíproca história de amor. Não, não me julguem, naqueles tempos o conto de fadas nunca vivido era algo que trabalhei bastante para esquecer. Laborei tão bem que realmente acreditava que tudo aquilo era nada... ou quase nada, afinal, já estava com 25 anos e um divórcio nas costas e a vida adulta para viver. Adeus sonhos de criança.
      Cheguei ao prédio da minha avó no final da tarde,  ainda estava subindo lentamente as escadas dirigindo-me ao segundo andar e no caminho deparei-me com minha amiga de infância Mirela que assustou-me ao abraçar-me fortemente. Olhei-a espantada e ela faou com toda formalidade de praxe: meus pêsames. Naquele instante foi como se um raio fritasse meu cérebro, minha nuca, porque você ta falando isso, balbuciei já imaginando a resposta. Você não sabe? Sua mãe faleceu. Respirei fundo e de repente o ar começou a faltar-me, fiquei hirta como um cadáver, abri os olhos ao máximo mas não via nada na minha frente, comecei a despencar e tudo ficou escuro...
      O teto branco começou a aparecer e pouco a pouco fui recobrando os sentidos. Meu corpo estava pesado e as pálpebras tinham dificuldades de manter-se erguidas. Percebi que estava numa cama, o quarto era familiar, mas não sabia onde estava. Tentei levantar-me mas estava muito zonza, lembrei-me da cena com Mirela e da suposta queda nas escadas e pensei que provavelmente aquilo teria sido um sonho, afinal, não obstante sonolência não estava ferida, logo não tinha caído e minha mãe estava viva. Uma voz grave e suave disse: calma Estrelinha. Meus olhos seguiram o som  e de repente notei que no canto do quarto um homem me olhava, seu rosto aos poucos foi se formando através de minha visão ainda embaçada, meus nervos começaram a entrar em ebulição quando seu rosto ficou nítido, havia um grande pesar em sua face, uma mistura de tristeza e piedade. Ele veio até a borda da cama e segurou minha mão. Gelei ao mesmo tempo que meus olhos formaram uma grande tormenta de lágrimas, e entre soluços e gemidos ele me abraçou. Eu chorava pela minha mãe, a única pessoa que amei e fui amada, eu chorava porque jamais iria vê-la, sentir seu cheiro, receber seus abraços e suas queixas, e ouvir sua risada gostosa.

Chorei mais dolorosamente porque um sentimento que tinha certeza que estava morto ressuscitava de forma lancinante e insana, naquele mesmo instante, com toda dor da saudade, das tempestades outrora vividas, das desesperadas tentativas frustradas de viver de forma diferente, da mágoa de nunca ter sido sequer notada. Foi naquele instante que minhas lágrimas foram sufocadas por um beijo, intenso, longo, sofrido, supremo, plangente, cheio de culpa, desejo, desespero, pesar, gáudio, horror, cheio de amor. Sim, no dia que o amor morreu ele surgiu como um monstro de luz e desejo. Foi neste dia que Davi deu-me o primeiro beijo, logo em seguida deitei novamente estava em completo torpor, segurando a mão dele desfaleci.
      Quando despertei já era manhã e dona Adelaide assomou à porta chamando-me de filha e explicando que não precisava preocupar-me com a minha avó. Logo soube que ela havia sido socorrida durante o enterro de minha mãe e estava hospitalizada sob efeito de sedativos. Fora desejo de minha mãe que eu não fosse informada da sua morte, queria poupar-me para não estragar meu grande momento em São Paulo. O enterro havia sido na manhã de ontem, Davi quem se responsabilizou de tudo, ele estava de férias e passava uns dias com a mãe enquanto sua esposa estava em missões evangélicas no norte do país e só retornaria em 15 dias. Ao ouvir a menção da esposa dele senti um calafrio na espinha. Eu não tinha ninguém na cidade, minha mãe morta,  minha avó no hospital. Dona Adelaide insistiu para que eu ficasse hospedada na casa dela até quando fosse necessário. Não tive muitas forças para recusar. 
      Quando Dona Adelaide saíu do quarto recomecei a planger, desta vez contida e silenciosamente. Vários sentimentos guerreavam dentro de mim, a dor da perda, o medo pela minha avó, a saudade, a culpa de ter beijado um homem casado e ao imaginar que nos próximos 15 dias ele estaria ali a sós comigo, fiquei horrorizada comigo mesmo pois no meio das lágrimas...
Sorri.
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by-Adriano Cabral

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Um Amor Para Toda Vida (parte 1)


      Toda história de amor tem um início e a minha começa com que seria o mais terrível tombo do mundo. Calma, explico, lá estava eu aos 9 anos correndo como um foguete em direção a sala de aula para pegar minha bolsa, tinha acabado a aula de judô, ainda estava de quimono, quando tropecei na escada, estava em queda livre, de costas, provavelmente morreria com o tombo, no entanto alguém impediu fatídico deslance.
-Bem que tinha lido no horóscopo  que havia grandes chances de encontrar meu grande amor, mas não esperava que ela cairia direto em meus braços.
- Brigada moço. Falei no misto de encanto, vergonha e ainda tomada da adrenalina da quase queda. Estava suja, suada e completamente descabelada em razão do judô. 
- Não há o que agradecer, não é todo dia que cai-me nos braços belíssimas garotas, mesmo que venham em miniatura, qual seu nome meu anjo?
-Ester
-Então é muito mais que anjo, é uma estrela, como é pequena serás a estrelinha.
E lá estava ele pela primeira vez falando comigo, indagou-me pelo irmão dele que estudava na minha turma de nome Flávio. Logo ele foi me informando que tinha ido lá falar com a diretora em razão das baixas notas do irmão. Veio no lugar da mãe que não podia vir, não sabia mais o que fazer pois também não tinha tanto tempo para ensinar ao irmãozinho. Diante do meu olhar prescrutador ele riu  falando:
- Sério, sou irmão dele, não sou tão velho, tenho apenas 22 anos.
-Quer dizer que você queria que Flávio estudasse mais?
-Sim, claro.
- Eu posso te ajudar se você me levar pra sua casa nos finais de semana, adoro o conjunto habitacional que vocês moram. A gente estuda e brinca e todos ficam felizes. Nem precisa fazer essa cara, meus pais deixarão.
- Fechado Estrelinha
-Seu nome?
-Davi.
      E a melhor parte da minha vida dos 9 aos 13 anos era ir nos finais de semana estudar com o chato do Flávio. Davi sempre ia e trazía-me de volta, neste intervalo falava comigo sem parar, na verdade monologava, pois calada quase sempre eu estava contudo meu sorriso ficava praticamente cravado em minha face. Pra que falar e interromper o som daquela voz que ,não obstante ser grave e forte, sempre falava coisas divertidas e interessantes. Muitas vezes na companhia do Flávio íamos tomar sorvete ou passear no parque. Mas não há felicidade que dure pra sempre e Flávio mudou de escola. Confesso que naquela época não tinha processado ainda o que se passava comigo, mas aos 14 anos tornei-me uma adolescente bastante mal humorada e triste. Para minha sorte minha avó tornou-se vizinha de Davi e ao menos uma vez por mês arranjava uma desculpa pra ao menos dar um olá. Para piorar naquele mesmo ano vi Davi aos beijos com uma mulher, foi como se tivesse tombado, não de uma escada mas sim de um grande abismo, não podia acreditar naquilo, corri para casa da minha avó e minhas órbitas explodiram numa chuva de raiva e tristeza. Foi aí que percebi que o amava e precisava tê-lo comigo a qualquer custo.
      Nos anos que se seguiram fiz o projeto 18, imaginei que ao ficar adulta, poderia mostrar pra ele que não era mais aquela garotinha. Portanto, as visitas foram se tornando mais raras a fim que ele fosse esquecendo que um dia eu fora a pequenina que tomou nos braços. Não deixei de visitá-lo, mas em intervalos bem maiores. Meu intuito era que o tempo passasse e um dia ele me visse pensasse: Uau! Quando você se tornou essa linda mulher! Sempre trocávamos cartas, sim naquela época ainda se escrevia essas coisas, nelas ele me falava com entusiasmo do mestrado em história e de sua formação em teologia, queria ser pastor, enquanto eu falava de toda minha vidinha e de como ela era mais legal desde que o conheci (risos). Assim mesmo longe não deixava ele me esquecer nunca. Um mês após completar 18 fui na casa dele. Já fazia seis meses que não nos víamos e um mês sem cartas. Cada toque da campainha meu coração saltava no vestido apertado, que demora pra atenderem.
-Boa tarde senhora Adelaide, como vai! Tudo bem? Que ótimo! O Davi não está? Onde? O que? Casou?.
Sim, o inesperado aconteceu. E lá estava eu caindo novamente, mas desta vez não se tratava de um mero abismo sem fim que até então eu singrava, era o próprio inferno que se abria e devorava minha alma. Depois não me recordo muito bem o que aconteceu, só sei que ao voltar pra casa tinha certeza que minha vida acabaria naquele dia. Mas sobrevivi, os dias se passaram, as noites também, e mesmo que desde então tenha vivido como um zumbi, a vida seguiu adiante. Acabei aceitando uma proposta de namoro na falta de algo melhor pra fazer e em poucos anos fiquei noiva. O nome dele era André, professor de educação física de uma academia simplesmente me idolatrava. Seu ânimo e sua dedicação me entusiasmava mais do que qualquer coisa. A dor da perda do meu amor de infância ainda estava lá, mas eu tinha que seguir em frente pois naqueles tempos escuros não acreditava que haveria mais chances de cair de novo nos braços do Davi. No entanto, o futuro, companheiro da surpresa e amigo do passado  das pessoas apaixonadas nos pregou uma peça e acabei de forma inesperada estreitada carinhosamente nos braços de Davi. Mas isso será contado na outra história.

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by- Adriano Cabral

terça-feira, 2 de novembro de 2010

A PRECE

     
      Jessé tinha saído da igreja definitivamente impressionado. Toda aquela história do retorno de alguém que jamais poderia voltar lhe pertubou. Era um misto de medo, ânsia, terror, espanto e felicidade. Afinal, era o milagre supremo, só menos importante que a volta do nosso Senhor. Era o que repetia o pastor Ezequiel em altos brados seguidos de améns e glórias.  Indagada pelo garoto, a mãe de Jessé disse que o poder da oração é infinito, pois ela emana do próprio Deus onipotente. Aos onze anos, órfão de pai, Jessé vivia agora em uma cidade estranha, sem parentes e amigos, a mãe aceitou logo a promoção para mudar de ares e esquecer a dor, no entanto, mesmo nessa solidão à dois, pela primeira vez após a morte de seu pai ele não tinha mais medo do fim, pois agora ele sabia o poder da prece.
       Desde que começou a viver sozinho com sua mãe Jessé costumava dormir com ela na enorme cama de casal, sempre enlaçados. Naquela segunda-feira ele acordou num salto, ainda sentia muito frio, não conseguia entender porque daquela sensação logo no momento que a cidade estava tão quente. Olhou o relógio e percebeu que faltavam apenas quinze minutos para chegada do transporte escolar. Aluno dileto e aplicado, comeu e se vestiiu velozmente, notou que sua mãe ainda estava inerte na cama, ela tinha direito, afinal era seu primeiro dia de férias. Deu-lhe um leve beijo na tez muito pálida e saíu. Ao retonrar da escola entrou na casa animado chamando pela mãe. Silêncio. Procurou em quase todos os cômodos da casa e nada. Deve ter saído para comprar algo, refletiu. A mãe lhe ensinara a "se virar", afinal, agora eram apenas eles dois. Pegou uma pizza e esquentou no microondas. Vou comer na cama vendo Tv, afinal a mamãe não está aqui. Entrou no quarto ainda escuro devido as janelas e cortinas fechadas, ligou a tv e sentou na cama, de súbita uma corrente elétrica percorreu-lhe todo corpo, ele saltou assustado derrubando toda comida no chão, ligou a lâmpada e para sua surpresa percebeu que sua mãe ainda estava lá. Sacudiu-a não obtendo nenhuma resposta, sua mão sentiu o mesma sensação gélida que tivera toda noite. Saculejou deseperdamente sua mãe que mais parecia feita de pedra, pôs o ouvido em suas narinas, no coração: nada.
      No dia seguinte foi pra escola como todos os dias. Quem o conhecesse, no máximo perceberia que Jessé estava mais do que nunca concentrado em algo, não raro olhando para o céu, noutras vezes com os olhos cerrados, em silêncio, enquanto seus lábios repetiam como uma metralhadora frases inaudíveis. Ao chegar em casa não procurou sua mãe, imaginou muito bem onde ela estaria. Foi ver Tv na sala, fez as tarefas, brincou com as crianças do prédio e à noite deitou-se como sempre fazia. Não dormiu logo, orou durante horas até não resistir ao sono finito. Ao acordar estava ensopado de algo nauseabundo, esverdeado e vermelho.  Não se desesperou, isso só reforçou sua necessidade de proferir com mais fervor aquelas palavras silenciosas que desde o dia anterior repetia. No banheiro, olhou-se no espelho, estava sujo e com olheiras, lembrou do rosto de sua mãe, não resistiu, chorou. Pouco tempo depois estava na escola fazendo tudo que se exigiria de uma criança de onze anos.
      Ao retornar da escola e repetir a rotina do dia anterior  finalmente entrou no quarto e o odor era insuportável, mas ele tinha fé, não poderia deixá-la só. A cama estava encharcada de líquidos e sua mãe parecia três vezes mais obesa, aquela visão grotesca o fez titubear por um instante. Mas lembrou das palavras da própria mãe, e entre lágrimas recomeçou a orar até adormecer exausto.
      Nos dois dias que se seguiram Jessé não foi à escola. Ligaram várias vezes para sua residência e ninguém atendia. Preocupada sobremaneira com o novo aluno predileto, Jéssica foi com o namorado fazer uma vistinha "social" ao garoto já que o seu amado morava no mesmo prédio do menino. Ao tocar a campainha ninguém atendeu a porta, não obstante várias luzes do apartamento estarem acesas. O namorado da professora de matemática percebeu que a porta da frente estava entreaberta. Resolveram entrar chamando pelo nome do garoto e da mãe alternadamente, silêncio. Enquanto caminhavam pelo extensa sala começaram a distinguir uma voz de criança, rouca, que repetia palavras àquela distância sem sentido, seguiram à voz até uma porta, abriram e encontraram Jessé banhado de sangue, urina e fezes abraçado a mãe morta em posição fetal, mãos juntas implorando à Deus...

By- Adriano Cabral

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

A Revolução do Voto

     
      O voto é uma arma poderosa, e não raro, a única que as classes menos favorecidas possuem com o poder suficiente para mudar suas vidas, ampliar suas perspectivas. Contudo, no Brasil essa massa que é a grande maioria, usualmente não tem os mecanismos adequados para o efetivo exercício da cidadania (Saúda, habitação, condições dignas de trabalho e sobretudo educação). Dizia o grande historiador Eduardo Galeano que o historiador é “O profeta com os olhos voltados para trás”. E sem dúvida a melhor forma de utilizarmos nosso voto é sabendo do passado dos candidatos e sobretudo das forças políticas que estão com ele, porque ninguém governa só, e para conhecer tudo de forma efetiva vale a pena estudar a própria história do Brasil.
      Este país é marcado pela o que muitos chamam de “contra-revolução” visto que, sempre que em dado momento histórico se desenha para nossa sociedade a possibilidade de uma real mudança na balança do poder, os dentores deste dão um “jeitinho de se manter e impedir as grandes transformações. Senão vejamos: O Brasil era uma colônia aviltada e explorada por Portugal, contudo, os anseios por liberdade cresciam sobremaneira, todas as demais colônias ibéricas na américa já haviam rompido os laços com suas respectivas metrópoles, diante de tal constatação, Dom João para impedir a mudança encarregou seu próprio filho de fazê-la, apenas na aparência loógico: “filhão a independência do brasil é inevitável, portanto, não deixemos que um aventureiro qualquer tome o que é nosso, que seja você quem proclame a independência em troca de uma generosa indenização a Portugal e assinaturas de tratados que favoreçam pátria mãe. E assim se fez, trocou-se uma revolução por um conchavo entre poderosos.
     O tempo passou e eis que o desenvolvimento econômico impõe a libertação dos escravos como condição para ampliação do mercado consumidor (principalmente inglês) Aqui, diziam os conservadores, que a abolição causariam o Caos e a Baderna, porque os agricultores “faliriam” enquanto a caterva negra ficaria solta nas ruas. Dom Pedro II um homem muito conservador acreditava nisso, foi a princesa Isabel que representou o avanço, uma mulher com cultura acima da média, educada com idéias iluministas na europa e herdeira natural do trono, era uma ameaça maior que a própria abolição. Por isso, os grandes produtores (sobretudo os paulistas) se mancomunaram com a cúpula militar e proclamaram a república. Deodoro, usado como laranja na negociata, estava doente e febrio quando bateu na sua porta o alto comando militar exigindo uma posição sua, pressionado, ele não teve outro opção senao trair seu amigo pessoal que era o imperador. Demorou meses para a verdadeira população brasileira (o povão) soubesse que o império caíra. Em algumas regiões só tomou conhecimento da queda do império depois de anos. E mais uma vez uma contra-revolução e quase nada mudou.
      E lá estamos na república do café com leite, paulistas e mineiros alternam na presidência, as eleições eram uma grande e laboriosa fraude, era o tempo do voto do cabresto. Contudo, para surpresa geral, é eleito pela segunda vez seguida um paulistano, Getúlia Vargas representante da oligarquia do leite mineiro não se conforma com a “ruptura do acordo” e tenta arranjar uma desculpa para tomar o poder, ela aparece. Seu vice, o paraibano João Pessoa é assassinado por motivos passionais, mas Getúlio alega motivos políticos, a emoção toma conta do Brasil, Getúlio sabe manipular as massas e derruba Washington Luiz, isto é chamado de revolução de 30, mas nitidamente se vê outra contra-revolução, não se pode admitir mudança. Vargas promete eleições e uma nova constituinte popular, não o faz, há revoltas, surge um arremedo de constituição em 34. Deveria haver eleições gerais em 38, mas Vargas não queria sair, junto com seu então ministro da guerra Eurico Gaspar Dutra forja o plano Cohen que consiste em mandar oficiais do exército e milícias ao seu mando queimar igrejas, estuprar mulheres, fazer arrastões nas principais capitais do país para que Getúlio possa atribuir a BADERNA E O CAOS aos comunistas, com essa desculpa dá mais um golpe e permanece no poder com força máximo, como ditador, tal qual seus ídolos Hitler e Mussoline. Esta “tática da baderna é antiga, sempre que o poder estabelecido se vê diante do novo, do povo, usa isto, usa o medo do desconhecido como uma forma de aterrorizar. Durante a história todas as ditaduras, comunistas (lênin, Stálin) ou capitalistas (Hitler, mussoline) criam seus fantasmas para justificar a violência (nem mesmo a meca da democracia, os USA escapou da caça as bruxas, basta que você pesquise sobre o Machartismo). O próprio Vargas, no seu segundo mandato, já eleito pelo voto popular, foi vítima do próprio veneno, pois, ao voltar ao poder, ainda queria um brasil nacionalista e sem obediência ao capital estrangeiro, pagou um preço caro, sua própria vida, assim como na lenda grega de Crônus que devorava seus próprios filhos ou na revolução francesa onde até o criador da Guilhotina morreu guilhotinado os donos do poder sucumbem aos seus próprios estratagemas.
      Mas o mundo avançou e finalmente em 2002 foi eleito o primeiro presidente operário no País.  A princípio poderia ser apenas uma mudança simbólica e formal. Mas não, foi a a maior revolução da história deste país. Nunca tantas pessoas deixaram de sentir fome, tantas puderam ascender nas classes sociais, tiveram acesso a mais educação, saúde, oportunidades de trabalho. Nunca o cidadão humilde foi tão priorizado e respeitado. Pagamos a dívida externa, varremos mais de 20 milhões de pessoas da condição de miseráveis, criamos novas universidades, valorizamos o funcionário público, o salário mínimo, a indústria nacional... São tantos avanços que gastaria centenas de linhas. Houve erros claro, mas erros todos governos cometem. A diferença é que nem todos tem tantos avanços e conquistas como este.
    Finalmente domingo temos a oportunidade dessa verdadeira mudança continuar. Grandes meios de comunicação (Organizações Globo, Editora Abril) ainda saudosas dos velhos poderosos esforçaram-se ao máximo para eliminar a vontade popular e impor a opinião publicada em favor dos velhos "donos do poder" representados pela figura de José Serra (aliado de ruralistas e antigos membros do regime militar e de economistas que pregravam adoração e obediência ao FMI).
       Mas o esforço dessa velha "ditadura" e seu asseclas midiáticos será em vão pois tenho fé que neste domingo dia 31 de Outubro de 2010 será eleita a primeira presidente  do país Dilma Rouseff. Um dia essa mulher foi uma mineirinha de 17 anos que estudava economia na UFMG e incoformada com a ditadura militar e toda sua opressão, pegou nas armas para lutar pela liberdade, agora a sua revolução irá continuar através do voto.

By- Adriano Cabral

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A Globo e o Milagre da "Transformação da Notícia"


      Como foi publicado aqui neste espaço ontem, foi descoberta a fonte da violação do sigilo de dados fiscais de pessoas ligadas a Serra. As conclusões foram fruto de uma investigação da Polícia Federal que chegou ao jornalista Amaury Jr. então jornalista do Estado de Minas que é notoriamente ligado Aécio Neves. Não obstante o referido jornalista ter afirmado que "coletou os dados" em setembro de 2009(eufemismo para violação de sigilo) para proteger o então pré-candidato a presidente Aécio que disputava a indicação do PSDB com Serra que estaria montando um dossiê contra o candidato mineiro. De forma quase hilária o jornalista tucano alegou que os mesmos dados foram supostamente "roubados" de seu computador no quarto de hotel por petista neste ano de 2010 quando ele já tinha saído do jornal.
Bem, estes foram os fatos apurados através de uma investigação da polícia federal e o que a globo noticiou? Veja o vídeo acima. Numa matéria mais do que confusa (a confusão é proposital para ludibriar o expectador) O âncora da Globo abre a matéria dizendo que a polícia federal provou que o PT estaria envolvido com a quebra do sigilo. Para "fundamentar" a matéria o jornalista César Tralli usa como fonte, não a investigação da polícia, e sim matéria publicada pela revista VEJA na qual um delegado aposentado se apresentou expontâneamente ao referido semanário alegando que foi convidado por membros do PT a espionar pessoas ligadas a Serra. Durante toda matéria notem que Tralli simplesmente ignora o MOTIVO da violação do sigilo e monta uma incrível teia de relações (tudo "apurado" pela revista Veja) que terminaria em pessoas ligadas ao núcleo de "inteligência" do PT.
     É quase ASSUTADOR como o maio meio de comunicação em massa do Brasil simplesmente manipula, maquia e transforma uma notícia em outra. A investigação diz que foi gente ligada a Aécio Neves que pagou pela violação mas a Globo de forma cínica, acaba jogando o problema no colo do PT. No texto postado ontem eu já tinha destacado a tentativa da folha de ligar a quebra de sigilo ao PT, inclusive a Folha On Line mudou o título da matéria três vezes, mantendo o conteúdo a primeira foi: PF prova o elo do vazamento de dados ao PT; o segundo foi: Jornalista diz que dados eram para proteger Aécio, por sinal basta uma breve pesquisa no google e se verá que vários jornais mantiveram esse título (como o jornal Agora, veja aqui); E finalmente a mesma matéria está atualmente com o título: Jornalista confirma à PF que encomentou dados de Tucanos. Não se trata de jornalismo, nem do exercício de liberdade de expressão nem de informação. É pura malabarismo do chamando "imprensalão" que busca a todo custo enganar, manipular para conseguir um determinado resultado.
 Vamos ver como o grupo de campanha de Dilma vai se comportar com essa quimera jornalística. Enquanto isso, fiquem atentos e divulguem essa notícia e continuem de olho vivo.

by- Adriano Cabral

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O Vazamento de Dados: Finalmente Revelada a Fonte

                              (Luta interna do PSDB causou o vazamento de dados)    

      Finalmente foi revelada a fonte do vazamento de dados fiscais de pessoas ligadas ao candidato a presidência da república José Serra e para "surpresa" geral advinha quem fez isso? Se pensou em pessoas ligadas ao PT e a Dilma erraram rendondamente, foram pessoas ligadas ao PRÓPRIO PSDB mas especificamente ao Senador eleito pelo estado de Minas Gerais Aécio Neves que quebraram o sigilo fiscal dos Serristas.  Segundo informa a Folha On Line (clique aqui para ler a matéria) o jornalista Amaury Jr na época funcionário do jornal Estado de Minas resolveu coletar dados de pessoas ligadas a Serra para "proteger" o então pré-candidato a presidente Aécio Neves que disputava internamente com Serra o posto de candidato a presidente. Acrescentou ainda o jornalista que iniciou a apuração após ter tomado conhecimento de que uma equipe de inteligência liderada pelo deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ), ligado a Serra, estaria reunindo munição contra Aécio. Ou seja, pura sujeira tucana que Serra e sua equipe tem usado até bem pouco tempo como munição contra Dilma.
    Notem que a reportagem da Folha tenta desesperadamente ligar Amaury ao "grupo de inteligência da pré-campanha de Dilma", inclusive faz o organograma insano que destoa completamente do conteúdo da notícia (será que a folha acha que o leitor é retardado?), no entanto a fala dele deixa claro que ele estava a serviço de Aécio e segundo o despachante que enviou os dados, foram pagos 12 mil reais pelo serviço.
    Ainda na tentiva desesperada de enrrolar o PT e Dilma na tramóia tucana, ao final da reportagem Amaury alega que os dados fiscais de Serra violado por ele teriam sido "roubados" de seu computador por pessoas ligadas ao PT (Só a VEJA e a Globo vão acreditar nessa né?).
      Nos bastidores do poder há muito já se sabia que o caso do vazamento de dados sigilosos tinha sido parte de uma guerra interna do partido tucano, faltavam provas, e eis que elas foram conseguidas. Vamos ver que truques a equipe tucana Serrista vai utilizar para abafar ou caso ou virar contra ao PT. A notícia ainda está quente e em breve vamos ver como ela efetivamente vai repercutir.

 by- Adriano Cabral

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Serra e o Modo Tucano de Tratar a Corrupção

     
      Somos humanos e o erro faz parte de quem nós somos logo, a corrupção em governos é algo provável de acontecer mas a diferença é como eles tratam os casos, alguns expõem-se a investigações e denúncias assumindo o ônus do Estado Democrático de Direito, outros simplesmente ocultam informações e tentam impedir que os fatos venha a tona. Um bom exemplo disso é o caso do Assessor de José Serra Paulo Preto (ou Paulo Vieira de Souza), além de ser acusado de desviar quatro milhões de reais supostamente arrecadados ilegalmente na campanha de Serra (Sob o silêncio misteriosos desse) ainda "emprestou" a filha do Senador  tucano eleito pelo estado de São Paulo Aloysio Nunes a bagatela de 300 mil reais. De quebra a filha de Paulo Petro tem cargo comissionado no governo de São Paulo. E como Serra tratou do assunto? Num primeiro momento ao ser indagado sobre fato por Dilma em debate na rede bandeirantes Serra simplesmente optou pelo silêncio. Em outra oportunidade, como nos informa o colunista da FOLHA Josias de Souza (se quiserem acessar a nota completa clique aqui) Serra afirmou não conhecer Paulo Preto. Este indignado com a "amnésia do chefe" em entrevista a FOLHA ameaçou Serra com todas as letras: "não se larga um líder ferido na estrada a troco de nada. Não cometam esse erro".(fonte: Jornal Do Brasil clique aqui). Diante da ameça, Serra "lembrou" de Paulo Preto mas negou as acusações de desvio de dinheiro. Em outro momento, ao ser indagado por jornalistas, Serra insinuou que os mesmos deveriam estar sendo pagos pelo PT para fazer acusações infundadas e que tudo vinha de uma suposta "armação" do comité de campanha da candidata Dilma. Até mesmo a revista que apóia escancaradamente Serra criticou a postura do mesmo em relação a imprensa nesta nota aqui onde o colunista da famigerada revista diz "Serra, em vez de serenamente comentar o caso, como fez Guerra, limitou-se, em Porto Alegre, a desqualificar o trabalho dos repórteres interessados no assunto, dizendo: – Isso é pauta de petista."
      O assunto não surgiu de nenhum comitê petista, tomamos conhecimento do fato através de matéria de capa publicada por duas das maiores revistas semanais a Isto É e a Carta Capital (mais informações sobre as revistas clique neste link.) No entanto a RevistaVeja órgão da imprensa que está completamente comprometido com a candidatura Serra só publicou uma nota sobre o assunto, afinal quando se trata de corrupção Tucana, só a Veja não viu.
      Agora Serra lembra nitidamente de Paulo Petro e ainda o defende. No entanto, não sabe como a filha do mesmo foi parar num cargo comissionado na época que ELE era governador. Alegou que ele não fazia as nomeações. (esses problemas de memória são muito graves mesmo no Serra).
      Ao menos Dilma não teve lapsos graves de memória quanto a sua antiga assessora e não impediu sua investigação. Tanto que Erenice acabou sendo afastada do cargo e as investigações prosseguem. Enquanto isso, a filha de Paulo Preto continua "trabalhando" para o Governo Paulista, afinal, que carta na manga tem esse Paulo? O que ele pode falar que deixou Serra com tanto medo que o levou a recuperar a memória e defendê-lo publicamente? È muito ruim ter rabo preso. Essa é a forma tucana de lidar com crime.

PS:Gostaria que os leitores deste espaço além de lerem o post acessem os links de referência, tentamos neste espaço trazer informações sem esquecer nunca de citar as fontes, coisa não muito comum em outros lugares.
by- Adriano Cabral

domingo, 17 de outubro de 2010

Parada

    
 
   O cronômetro é ligado e o tempo segue furioso. Centésimos disparam em tal velocidade que é mpossível acompanhá-los a olho nu. Mas como sabemos que eles passam? Simples: um emanranhado de números se seguem e se sobrepõem. O assovio que mais parece uma trombeta de tão alto, ecoa por todo espaço, penetrando até mesmo no fundo da piscina. Ao ouví-lo atleta acelera. Alguém grita: Perna, perna, perna. Mas o nadador só consegue ouvir o som agudo que penetra em seus típanos gerando uma estranha energia atômica que o faz se multiplicar disparando para vitória. O cronômetro pára ele salta e grita: Valeu Fulano. Esse era seu jeito de falar como estava orgulhoso de seu atleta. Essa foi sua rotina nos últimos doze anos desde que concluíu o curso de Educação Física e posteriormente o mestrado. Ainda jovem o veterano técnico acompanhou várias gerações de promessas nunca cumpridas e outras tantas muito bem realizadas. Para ele não era apenas um trabalho, era sua vida. Ele dava não só seu corpo, sua voz, ele dava sua alma. Isto talvez explique suas explosões de fúria e alegria. Era sua alma que estava ali nos braços e perninhas de centenas de atletas que ele liderou.
Mas depois dessa longa jornada os horizontes se estreitaram e ele percebeu que não conseguiria mais chegar a lugar algum.  Decidiu parar de gritar, assobiar, emocionar e ensinar.
O cronômetro travou: Acabou.

Valeu Leo!

By- Adriano Cabral.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Chuva de Liberdade


      Alberto Rego Brito não era um rapaz bonito. No entanto, se a natureza não lhe brindara com grande beleza, não o condenou à extrema feiúra. Sua aparência era quase invisível. Quando passava ninguém percebia ou lembrava direito de seu rosto. Parecia-se com todo mundo e não se assemelhava a ninguém. É difícil descrevê-lo. Não era alto, também não era baixo; num momento, parecia ser meio gordinho, para logo em seguida, parecer-se magro. Até a adolescência lhe negara uma distinção: não lhe dera espinhas no rosto tirando-lhe a oportunidade de alguém dizer “Alberto, é aquele rapaz cheio de espinhas.” A cor do seus olhos eram...

Sua inaparência era compensada por sua grande cultura acadêmica. Como aluno, era definitivamente o melhor, mas sempre discreto, sem desfrutar dos louros dessa sua qualidade. Tinha, nesses tempos vinte um anos e cursava o quarto ano de medicina na FESP. Era rapaz cortês, sempre falava (quando falava) baixo, vestia-se com o apuro que lhe proporcionava a fortuna materna. Era filho único.
      Um idealista, o Alberto. Antes de tudo, um idealista. Sonhava com um mundo melhor, onde a pobreza fosse lenda. Tratava os criados como gente e da família. Jamais se gabava de sua posição social. Conhecia a miséria através dos livros e através destes criou o firme propósito de transformar o mundo num lugar melhor. Seria médico sanitarista, preveniria e curaria as chagas dos miseráveis. Tinha certeza de que só alguém com cultura poderia mudar o mundo, e este era seu objetivo, a ele quem o destino havia incumbido da difícil tarefa e transformar a realidade.
Toda sua vida, até ali, fora teórica. Vivera até aquele momento, encarcerado no mundo materno. Só conhecia o apartamento, o clube, a escola e depois a faculdade.
Teve uma infância de enfermo. A mãe proibia-o de fazer quase tudo. Não podia brincar com os meninos de sua idade, praticar esportes, ficar sob a chuva, sol ou sereno. Tudo era muito perigoso. Seu mundo era uma janela. Vivia à janela de seu quarto, a olhar a rua sonhando a liberdade.
Sempre residiu no mesmo apartamento espaçoso no bairro de Cajueiro, subúrbio do Recife. Era um condomínio fechado, composto de doze edifícios, cada um com doze andares. Com uma grande área de lazer. Era chamado de conjunto residencial São Francisco de Assis.
Da rótula, ele via as outras crianças que livres, cruzavam aquele mundo que afigurava-se-lhe cheio de fantasias, aventuras e mistérios e que era o cotidiano comum delas. Todavia, tudo para ele parecia um sonho inalcançável. Quanta vez não se imaginou junto a elas, desfrutando do prazer de ser criança?
      Na sua condição de cativo, não conseguia angariar muitos amigos. Além da janela, tinha os livros como companhia. Não perdia tempo em ler romances. História, Geografia, Política e Filosofia eram sua literatura preferida. Durante horas e horas, esquecia a timidez e travava ferozes debates filosóficos e políticos na solidão do seu quarto. Por muitas vezes, sua mãe o levara a psicólogos a fim de descobrir o que fazia seu filho tagarelar horas a fio sozinho.
Quando a solidão e a tristeza se tornavam insuportáveis, firmava os olhos no mármore negro buscando fugir dos pensamentos. Era pedra. Era o mergulho, o delicioso mergulho no nada, no não pensar.
      Da infância até a adolescência, seu leque de amizades era composto de uns poucos rapazes do colégio. Neste, até chegar à faculdade, fato curioso se dava: ninguém ousava sentar ao lado de Alberto, ou melhor, as quatro bancas, a direita e as quatro bancas à sua esquerda, sempre estavam vazias; retifico, quase sempre estavam vazias, visto que, uma vez ou outra, um desavisado sentava-se ao seu lado. Estes infelizes, após passarem algumas semanas sem escutar som algum saindo da boca de Alberto, mudavam de lugar. Alguns poucos, mais tenazes, ficavam meses tentando estabelecer contato, mas o máximo que conseguiam eram raríssimos monossílabos de sua parte (destaque-se que, por muito tempo, acreditou-se, no colégio que Alberto era mudo, mesmo quando os ditos “mais tenazes” afiançavam ter escutado monossílabos dele, quase ninguém cria em tal milagre. Não teriam sido grunhidos? Indagavam todos diante da afirmativa de que Alberto teria emitido algum som vocal.
Na chamada da escola, ao se ouvir “Alberto Rego Brito”, o dono do nome nunca respondia o tradicional “presente”, simplesmente erguia a mão em resposta. Acresce que erguia pouco, só o suficiente para ser visto pelo professor. Até mesmo a Katia Valéria, a garota mais cobiçada do colégio, quase não teve nenhuma chance de falar com o rapaz, não obstante as insistentes tentativas. E sabe-se lá o diabo os motivos que levaram a bela garota a enamorar-se de nosso herói, sabendo-se desde logo, que ela também advinha de família abastada, portanto, não teria interesses pecuniários sobre ele.
O único ser que conseguiu tirar o rapaz do isolamento foi um garoto, bastante extrovertido, baixote e gorducho de nome Adriano, que com um tempo, conseguiu inserir o nosso herói num restrito grupo do colégio, o qual Katia fez parte. Isto ocorreu quase no fim do segundo grau. Sobre Katia e Alberto, nada mais direi, a não ser que, não obstante os esforços da menina, nada mais os envolveu senão o laço da amizade.
      Afora o restritíssimo grupo escolar do qual fez parte já no fim da sua adolescência, houve uns poucos garotos que conhecera nas mais raras ainda escapadas da prisão domiciliar. A primeira dessas escapadas se deu quando Alberto tinha doze anos. Há muito, observava um grupo de garotos que, muita vez, se reunia em frente à janela do seu quarto. Como ele morava no primeiro andar, via e ouvia aqueles meninos brincar e confabular no pátio que ficava a alguns metros de seu prédio. Desse grupo se destacava um menino, de grande estatura para sua idade, de longos cabelos lisos e castanhos, que falava alto e liderava os demais. Quanta vez não vira aquele menino correr pra lá e pra cá, rolar na lama, brigar aos socos com os colegas e outras vezes, apenas sentado só sob a árvore durante longas horas com um livro nas mãos?
      Certo dia de chuva, Alberto se encontrava à janela de seu quarto olhando as águas açoitarem o solo. Chovia forte e o vento gritava aos ouvidos do menino impedindo-o de escutar com clareza os outros sons vindo da rua. Com um tempo, as torrentes foram se abrandando e se transmudaram naqueles pingos miúdos e tão chatos, mas ainda barulhentos. Subitamente ouviu vozes que vinham da rua. Tentou distingui-las e reconheceu uma delas como a de sua vizinha. Sem dúvida, era sua amada Geanina que falava com alguém que estava sob sua janela. Alberto não conseguia compreender o conteúdo do diálogo, mas percebeu que a voz do interlocutor de sua vizinha era de menino. Foi possuído pela ira do ciúme, foi tomado pelo demônio dos olhos verdes. A voz desconhecida cresceu e ganhou musicalidade e ritmo, havia estrelas e amor naquelas palavras. Alberto se desesperou, as vozes cessaram. Seu coração quase que parara naquele instante. Alguns minutos depois ele escutou uma voz em claro e bom som abaixo de sua janela:
— Alberto, aqui idiota, olhe-me.
Era o menino de cabelos longos. Ao chamado tão inusitado nosso jovem recluso só conseguiu resmungar alguma coisa como:Ãh? o outro continuou:
— Oh cativo! Sei bem que tua mãe está a viajar e que estás só, apenas com os teus serviçais. Não queres tu fugir deste calabouço?
— Não, não quero... O dia também não está belo, chove , é... perigoso e..., ainda mais, não te conheço.
— Oh, pequeno rato! Não sabes distinguir a rara beleza das negras nuvens e a pálida virtude de um dia ensolarado? Ainda mais, não sabes nem podes mentir, conhece-me bem. Há anos que te vejo a nos invejar de tua janela. Vim oferecer-te a liberdade, ajudar-te a romper os grilhões materno e te mostrar o mundo, o meu mundo.
— Nem sei o teu nome e você sabe o meu. Não se pode confiar num estranho.
Alberto há muito admirava o pequeno demônio de longos cabelos, estava tentado a contrariar os desígnios da mãe. Aquela linguagem incomum para uma criança encantava o nosso recluso.
— Queres um nome? Tenho dois magníficos, mas basta-me hoje um: Alexandre.
Neste dia, Lorde da Lama facção da seita dos Adoradores da Chuva.
— Adoradores da Chuva?
— Sim, alguns anseiam dormir sob um leito de negras nuvens, ver o sol em agonia e perdendo a luz; outros se deleitam com os doces gemidos do trovão ou o sussurrar da fugidia ventania; há aqueles de gostos bem apurados que só vêem a força dos raios; há os que gozam o barulho dos pingos de chuva a bater no chão; as crianças adoram o arco-íris; outros se contentam apenas ver um belo dia se fazer escuridão; ainda há os loucos das procelas marítimas. Vários gostos diferentes, não em direção divergentes, mas concorrentes, todos, sem exceção, têm uma só religião: são Adoradores da Chuva. Eu sou Alexandre, Lorde da Lama, chefe da magnífica Ordem dos Cavaleiros da Lama e, é claro, adoradores da chuva. Mas amante da lama, lama que moldou nosso corpo, nos deu alma, lama eterna à qual nos juntaremos no final de tudo, e através dela, mais unidos do que nunca, nos curvaremos à chuva, agradecendo este incrível amálgama impossível em vida.
Esse título caía-lhe como uma luva. Além de encharcado pela chuva, suas roupas pareciam ser a mais pura extensão do chão barrento. Alberto hesitava, seu coração estava acelerado, respiração ofegante. Suas dúvidas se dissiparam quando outros meninos surgiram do nada e gritaram em uníssono:

Liberdade ao cativo! Liberdade ao alberto.

   Ele não pensou mais em nada. Voou pelos corredores, abriu a porta, desceu as escadas aos pulos e se juntou aos cavalheiros da lama.Esse dia foi relembrado até em sua morte. Pela primeira vez pôde ser criança. Fez quase tudo que lhe era negado viver. Perdeu completamente a timidez. Isso comprova minha teoria de que no fundo todo ser humano nasce com a vocação de ser criança, e por outro lado, há aqueles que esquecem que têm de crescer um dia. O céu cinza dava aquele aspecto onírico que nos faz pensar que tudo é possível. Envolvido pela voz do Lorde, entregou-se o Alberto a todas as brincadeiras. Correu desvairadamente, riu às gargalhadas como jamais riria novamente, jogou futebol, rodou peão, jogou bola de gude, brincou de pega, garrafão, esconde-esconde e não foi almoçar; comeu qualquer porcaria na rua; brincou de mímica, lutou artes marciais, usou o badoque, caiu, chorou, rolou na lama, sorriu, dançou na chuva e gritou bem alto. No céu surgiu um arco-íris. O Lorde da Lama proclamou que aquele seria o dia universal da liberdade. Era uma sexta-feira, vinte sete de agosto de 19...
       Ao voltar pra casa adoeceu, teve febre e foi parar no hospital. Sua mãe soube da aventura. Não ralhou com ele, apenas fuzilou-o com um longo olhar que o fez gelar. Mesmo assim quando esteve só, sorriu.

(Trecho adaptado do romance "Cavaleiro da Ordem Da Lama" de Adriano Cabral).

domingo, 10 de outubro de 2010

Se Dando ao Trabalho de Responder uma Corrente da "Desinformação"

    
      Todos os dias recebo correntes na minha caixa postal, antigamente elas se resumiam a ameaça de morte caso não fossem repassadas, prometiam-me riquezas ou simplesmente revelariam o amor de minha vida. Agora a moda são correntes que satanizam e caluniam uma determinada candidata a presidente ou forjam e manipulam informações no mesmo sentido. Recebi um deles a pouco dias que vinha com um questionário que me dei ao trabalho de responder detalhadamente indicando quase sempre as fontes que provavam quão ridículas e insanas são as questões levantadas. Como tive tanto trabalho para responder resolvi postar aqui no blog, talvez seja de alguma utilidade para os poucos leitores desse humilde espaço.Eleição é uma coisa muito séria, não se deve escolher alguém pela cara, carisma ou pior, com base em correntes mentirosas de internet.
   O referido e-mail, anônimo, está com letras de cor branca para diferenciar das minhas óbviamente.

"Importante esclarecimento:
Se esta mensagem circular de maneira vigorosa, o Jornal Nacional vai ter que enfrentar o Lula e perguntar aquilo que todos nós queremos saber.
Queremos que Bonner e Fátima façam as perguntas a Lula que o Reinaldo Azevedo sugere para a entrevista do Jornal Nacional:
1) O senhor prometeu criar 10 milhões de empregos e chegará ao fim do mandato criando quatro milhões. Neste tempo, a renda da classe média caiu, e os empregos gerados se concentram na faixa de até 2 salários mínimos. A chamada distribuição de renda do seu governo não se faz à custa do empobrecimento dos menos pobres?
Resposta: Basta uma singela pesquisa nos sites de busca e qualquer um verá que até agora o governo Lula já criou mais de 14 milhões de empregos e se continuar no mesmo rítimo chegará em 15 milhões até o final do mandato. Como fonte boa trago a notícia publicado num Jornal completamente pró-Serra que é o Estadão com o link aqui
2) O Senhor disse que banqueiro lucra no seu governo e, por isso, não precisa de Proer. O Senhor sabe quantos Proers o Brasil paga por ano para sustentar os juros reais mais altos do mundo?
Resposta: Mais uma vez a ignorância e má-fé do criador do e-mail. Há muito tempo a taxa de juros do Brazil não é tão baixa. No governo anterior FHC-SERRA a taxa de juros era maior em todas as comparações chegando até a ser 49% ao ano. Ao final do mandato de FHC-SERRA a taxa era de 25% hoje sobre o governo de Lula é de 9,5%, a menor da história do país. A dívida pública quando FHC-SERRA assumiu era de 60 bilhões de dólares e quando saíu, mesmo com a venda de tantas estatais, era de 245 bilhões. Para vocês terem uma idéia a dívida era apenas 28% do PIB, em 500 anos de história e dívidas, e FHC-SERRA sem construir praticamente nada deixou o país com dívida de 51% do pib.
QUEM QUISER CHECAR O HISTÓRICO DAS TAXAS ACESSE AQUI:
QUEM QUISER CHECAR O HISTÓRICO DA DÍVIDA  AQUI

3) O seu filho, até bem pouco tempo antes de o Senhor assumir a Presidência, era monitor de Jardim Zoológico e, hoje, já é um empresário que a gente poderia classificar de milionário. O Senhor não acha uma ascensão muito rápida?
Todo mundo tem direito de trabalhar, ainda mais se for na iniciativa privada sem ligação com o governo.Curiosamente um dos maiores acionistas da Gamecorp que tem como sócio o filho de Lula é a Telemar, que tem como proprietário Carlos Jereissati irmão de Tasso Jereissati, senador tucano e cão de guarda de Serra-FHC. Será que o PSDB quer beneficiar o filho de Lula? Ao menos Lulinha não trabalhou para o governo como os FILHOS de FHC e a filha de Serra.

4) Genoino sabia do mensalão. Silvio Pereira sabia do mensalão. Dirceu sabia do mensalão. Ministros foram avisados do mensalão. Só o senhor, da cúpula, não saberia. O senhor não acha que, nesse caso, não saber é tão grave quanto saber? E se houver mais irregularidades feitas por amigos seus que o senhor ignore?
Novamente o criador do e-mail usa lógica insana que todo presidente tem que ser onisciente (como Deus, deve saber de tudo). Se a lógica é essa FHC deveria saber que o presidente de SEU PARTIDO  Eduardo Azeredo também estava participando do mensalão e foi denunciado como um dos seus mentores. Curiosamente não teve seu mandato cassado mas foi denunciado pelo ministério publico federal. (mais detalhes clique aquiNão existe governo sem corrupção, mas nem todos expõem seus problemas, investiga e deixa o ministério público e polícia federal trabalhar como fez este governo. Nunca houveram tantas investigações e prisões da polícia federal e denúncias do ministério público como no governo Lula, no anterior tudo era mandado para debaixo do tapete. Lembrando do famoso engavetador geral da república (quer saber mais dele? Até a revista veja chamou-o de Engavetador, clique aqui ). De outro lado pessoas como José Dirceu foram denunciadas sem terem uma única prova que ele deu ou recebeu dinheiro e ainda perdeu o mandato, já Eduardo Azeredo (psdb) teve dívidas pessoas pagas por marcos valérios, com assinatura de documento comprobatório e continua na política como santo.
5) Presidente, na sua gestão, as invasões de terra triplicaram, caiu o número de assentamentos e mais do que dobrou o número de mortos no campo. Como o senhor defende a sua política de reforma agrária?
Mais uma vez traz denúncias sem nenhum tipo de fonte. Faz referências a crimes que não foram julgados e esquece que há supostos mensaleiros em todos os partidos inclusive no DEM (Arruda governador de Brasília chegou até ser preso) Pessoas como Humberto Costa que denunciou a máfia dos vampiros foi acusado como partícipe e foi enxovalhado e acusado por revistas como a Veja e Jornais como Estadão e acabam sendo julgados pela opinião publicada. Mas temos alguma justiça e Humberto foi absolvido e eleito senador. Fonte aqui
a VEJA e a GLOBO quase destruíram a vida desse homem dando como certa sua condudta criminosa. Mas nada como o tempo e a justiça.
6) O senhor não tem vergonha de subir em palanque onde estão mensaleiros e sanguessugas?
Este item já foi respondido no quesito anterior. Interessante, do lado de Serra tem além de mensaleiros e sanguessuras, torturadoes da ditadura, traficantes e assassinos. Mas tudo bem né.
7) Presidente, em 2002, o Brasil exportava a metade do que exporta hoje, e o risco país era sete ou oito vezes maior. O país pagava 11% de juros reais. Hoje, continuamos a pagar mais de 10%. Como o senhor explica isso?
Mais uma vez o criador deste e-mail demonstra que ou é muito safado ou é burro. A taxa real de juros no país é atualmente de 4.66% ao ano. Vocês podem conferir neste link como as taxas caíram drasticamente nos últimos sete anos.
8) Em 2002, o governo FHC que o Senhor tanto critica repassou para São Paulo, na área de segurança, R$ 223,2 milhões. Em 2005, o seu governo repassou apenas
R$ 29,6 milhões. Só o seu avião custou R$ 125 milhões. Não é muito pouco o que foi dado ao Estado que tem 40% da população carcerária do país?
As vezes é díficil negar o que não existe. Ele afirma fatos que não existem e leis que nunca foram publicadas. Desde quando o governo federal é obrigado  afazer algum repasse específico para segurança dos Estados? Que lei é essa que o autor do e-mail inventou ? A propósito o avião não é de Lula é da presidência da república, tanto que Lula sairá em dezembo e advinha onde o avião vai ficar? Lá para o próximo presidente usar. Muita burrice meu Deus!.
9) Quando o Senhor assumiu, o agro negócio respondia por mais de 60% do superávit comercial. Quase quatro anos depois, o setor está quebrado, devendo R$ 50 bilhões. O Senhor não acha que o seu governo foi um desastre na área?
O governo Lula bate record sobre record de exportação no que se refere ao agronegócio. Basta uma simples pesquisa ao google para se certificar. Portos lotados e recordes de produção. Saíu até uma matéria em Portugal trantando do assunto. Se quiser conferir leia aqui

Esta é uma corrente... .

Funciona assim: Se você passar este e-mail para pelo menos 10 outras pessoas e estas passarem para outras 10, e assim por diante, ao final de outubro um milagre
irá acontecer e beneficiará você e sua família e a todas as famílias que repassaram esta corrente .Já se você simplesmente ignorar esta corrente, não a repassando, ao final de outubro você será amaldiçoado com o pior de todos os pesadelos: aturara ``perereca ignorante`` por quatro longos anos de sua vida!!!!
Realmente um argumento comovente. Que imbecil escreve isso?
Pense bem !!
Vamos relembrar as "qualidades" do nosso Presidente : Aqui fica mais evidente que o autor original do e-mail é desinformado, preconceituoso e age de má fé. Mesmo assim fiz questão de responder.
01) ele não estudou;
Tanto estudou que se formou no Senai.
02) ele NUNCA trabalhou, apesar de ser "Líder" dos trabalhadores;
Trabalhou desde criança e perdeu um dedo no serviço como torneiro mecânico. Seria bom assistir o filme Lula Filho do Brasil ou simplesmente lê jornais.
03) ele tem um belo salário como Presidente;
Pensei que todo presidente merecesse salário....
04) ele tem um belo salário do Partido, sem trabalhar;
Ele não tem mais salário do partido, só quando era presidente de honra do mesmo.
05) ele também recebe pensão como ANISTIADO (????)
Lula teve seus direitos sindicais e políticos cassados na ditadura militar e ainda foi preso apenas pelo delito de opinião tudo durante a ditadura militar. Membros da ditadura hoje apoiam Serra. O direito a pensão de anitiado é um direito previsto em lei que tanto FHC quanto Serra também recebem. fonte aqui
06) ele tem aposentadoria;
Ele não tem aposentadoria.
07) ele tem filhos estudando no exterior;
O que eu ou você temos a ver com isso?
08) ele não paga aluguel da mansão onde mora;
Nenhum presidente da república em país algum paga o aluguel. Por que só Lula teria que pagar?
09) ele desconhece os preços de supermercado, padaria ,farmácia, açougue, etc;
Todos os presidentes de todas as épocas tem suas compras pagas pela presidência da república.
10) ele tem carros
Eu também tenho.
11) ele não fala inglês, espanhol ou outra língua, nem o português;
E mesmo assim foi eleito na europa como o homem do ano mais de uma vez. Fonte: aqui
11) ele não tem experiência administrativa
Acho que 80% do povo brasileiro gostou da administração segundo as pesquisas de opinião.
12) ele traiu todos seus compromissos de campanha;
Mas um exemplo destas mentiras: LUla prometeu que o combate a fome seria sua prioridade, Resultado: O governo Lula é líder em todo mundo no combate a fome. Fonte aqui

Bem, ufa, acabou, se quiserem repassar este post para todos os seus contatos agradeço. Afinal desmentir mentirosos é algo bom em qualquer perspectiva. Por essas e outras não me resta opção senão votar sem medo de ser feliz. Pensem seriamente nisso.
By- Adriano Cabral

by- Adriano Cabral