A VOCAÇÃO
Você tem que arrumar logo namorado pra casar minha filha! Ô rapaz, já num ta bom de casar não? Meu sonho é casar e ser feliz para sempre...
Estas e tantas outras frases são coisas comuns do dia a dia de qualquer cidade deste país onde o casamento continua ser norte e fim da maioria da população. Casamento é um ato natural de qualquer adulto, uma obrigação social, uma opção ou uma... Vocação?
De cada dez casamentos apenas cinco chegarão aos cinco anos e somente dois chegarão aos dez anos. Já ouvi muitos tentarem encontrar a razão da debilidade das relações matrimoniais. Boa parte dessas teorias surgem da premissa que a entrada da mulher no mercado do trabalho tornou-a independente, logo, menos disposta a suportar as “agruras” de um mal parceiro. Sem dúvida a emancipação da mulher contribuiu bastante para o aumento da quantidade dos divórcios, contudo creio que há outros aspectos não tão debatidos, mas que fatalmente levam uma relação, no seu nascedouro, ao fracasso.
Um desses aspectos é que boa parte dos casais buscam no casamento uma delirante idéia de felicidade e prazer, como se diz, a realização de um sonho, ou ainda, pensam que o casamento pode “melhorar” a relação. Ora, duplo engano. Já diz o velho bruxo “O casamento é arte de aturar um ao outro”, portanto, está bem longe de ser um sonho. São dois indivíduos, dois universos que de repente se vêem obrigados a dividir intimamente tudo, e naturalmente esta partilha constante leva fatalmente a conflitos. O casamento não vai melhorar nenhuma relação amorosa, ao contrário, é bem provável que a torne mais difícil, principalmente nos primeiros anos de adaptação.
Mas afinal nunca devemos casar? Eu não sei a resposta, mas achei muito interessante a resposta de uma amiga. Ela me segredou que jamais casaria, não era medo, nem falta de esperança, ela justificava-se dizendo que simplesmente não tinha vocação para isso, sim, vocação. Ela continuou defendendo a tese de que para casar a pessoa deveria ter disposição para abrir mão da individualidade financeira, moral, sentimental e até mesmo espiritual. Acrescentou que ainda eventualmente teria que suportar infidelidades do futuro marido e pior, perder de vez a liberdade cuidando dos parasitas piores da terra: os filhos. Portanto, ela não tinha vocação para casar, por isso nem mesmo namorava, dizia que talvez virasse freira ou se dedicasse exclusivamente há algo útil para o mundo, mas não perderia tempo para exercer uma “atividade” a qual ela não esta vocacionada. Por isso há tantos divórcios, concluiu esta amiga.
Eu não sei se ela tem razão, mas achei bastante interessante a tese dela. Mas uma coisa concordo, os casamentos só durarão mais se, além dos sonhos, eles tenham também uma boa dose de realidade. O amor e o casamento não foram feitos para covardes, fracos tão somente...Sonhadores.
Você tem que arrumar logo namorado pra casar minha filha! Ô rapaz, já num ta bom de casar não? Meu sonho é casar e ser feliz para sempre...
Estas e tantas outras frases são coisas comuns do dia a dia de qualquer cidade deste país onde o casamento continua ser norte e fim da maioria da população. Casamento é um ato natural de qualquer adulto, uma obrigação social, uma opção ou uma... Vocação?
De cada dez casamentos apenas cinco chegarão aos cinco anos e somente dois chegarão aos dez anos. Já ouvi muitos tentarem encontrar a razão da debilidade das relações matrimoniais. Boa parte dessas teorias surgem da premissa que a entrada da mulher no mercado do trabalho tornou-a independente, logo, menos disposta a suportar as “agruras” de um mal parceiro. Sem dúvida a emancipação da mulher contribuiu bastante para o aumento da quantidade dos divórcios, contudo creio que há outros aspectos não tão debatidos, mas que fatalmente levam uma relação, no seu nascedouro, ao fracasso.
Um desses aspectos é que boa parte dos casais buscam no casamento uma delirante idéia de felicidade e prazer, como se diz, a realização de um sonho, ou ainda, pensam que o casamento pode “melhorar” a relação. Ora, duplo engano. Já diz o velho bruxo “O casamento é arte de aturar um ao outro”, portanto, está bem longe de ser um sonho. São dois indivíduos, dois universos que de repente se vêem obrigados a dividir intimamente tudo, e naturalmente esta partilha constante leva fatalmente a conflitos. O casamento não vai melhorar nenhuma relação amorosa, ao contrário, é bem provável que a torne mais difícil, principalmente nos primeiros anos de adaptação.
Mas afinal nunca devemos casar? Eu não sei a resposta, mas achei muito interessante a resposta de uma amiga. Ela me segredou que jamais casaria, não era medo, nem falta de esperança, ela justificava-se dizendo que simplesmente não tinha vocação para isso, sim, vocação. Ela continuou defendendo a tese de que para casar a pessoa deveria ter disposição para abrir mão da individualidade financeira, moral, sentimental e até mesmo espiritual. Acrescentou que ainda eventualmente teria que suportar infidelidades do futuro marido e pior, perder de vez a liberdade cuidando dos parasitas piores da terra: os filhos. Portanto, ela não tinha vocação para casar, por isso nem mesmo namorava, dizia que talvez virasse freira ou se dedicasse exclusivamente há algo útil para o mundo, mas não perderia tempo para exercer uma “atividade” a qual ela não esta vocacionada. Por isso há tantos divórcios, concluiu esta amiga.
Eu não sei se ela tem razão, mas achei bastante interessante a tese dela. Mas uma coisa concordo, os casamentos só durarão mais se, além dos sonhos, eles tenham também uma boa dose de realidade. O amor e o casamento não foram feitos para covardes, fracos tão somente...Sonhadores.
O casamento não é o fim, não é a conquista do prêmio e sim o início da luta. Uma luta que tem que ser diária para manter o que é bom e evitar que as agruras naturais do dia a dia se tornem problemas tão grandes ao ponto de minar tudo que foi construído com tanto sacrifício.
Com a cabeça nas nuvens e os pés no chão há sim possibilidades de viverem felizes para...felizes até o fim. Rs
By Adriano Cabral
By Adriano Cabral
Texto bem racional e interessante. Não é comum as pessoas falarem de amor de forma sensata. O sonho esta presente mas sem os pés no chão a perdição é quase que uma certeza.
ResponderExcluirSe alguém não esta disposto a dividir e abdicar de parte de sua individualidade, não tem nenhuma vocação para casamento.
Ao contrário do ideal romântico, casamento e individualismo não combinam.
Parabéns! adorei o blog serei seguidora
Grato pelas gentis palavras! E espero realmente que você tire algo de útil do blog e contibua com suas idéias.
ResponderExcluirNão são gentilezas, é a mais pura verdade!
ResponderExcluirparabéns!
Hummm...partindo de uma análise absolutamente teórica, com baseamentos que vão de Jung à vodka que dividi sábado passado com 3 amigas, aí vão minhas observações.
ResponderExcluirNinguém tem vocação para o casamento. Pelo menos, não para o casamento que nos é apresentado desde a infância: abdicação, devocação, exclusividade, paixão eterna. (O ser humano tem vocação pra isso? Capaz...).
Se as mulheres aproveitaram o Século xx para escapar desse modelo, os homens também não ficaram para trás. Estamos todos fugindo, para o bem ou para o mal.
Por outro lado, é impressionante como todos querem casar. Estamos todos fugindo, no mesmo ritmo que mantemos o ideal de que, mais cedo ou mais tarde, chegará o nosso casamento e que "dessa vez, será diferente". A princesa e o príncipe encantados, por mais que estejam passando por uma fase de grande rejeição, são sempre os mais aguardados da festa. Entram pela porta dos fundos e comem o melhor do 'buffet'.
Ainda quem escolhe, racionalmente, por manter-se solteiro, sofre com o (auto)julgamento por "viver de forma incompleta". Passa como um frustrado.
Se nunca devemos casar? Sei não. Só acredito que dificilmente alguém conseguiria escapar ileso por um arquétipo tão pesado.
Ô fato social desgraçado. No começo, era apenas uma formar de unir poderes, politicamente falando. A filha de tal CHEFE ia se casar com o filho de tal CHEFE, para fins de interesses apenas. Depois o Romantismo abraçou e temos isso hoje em dia.
ResponderExcluirViva! A afinidade.