O cronômetro é ligado e o tempo segue furioso. Centésimos disparam em tal velocidade que é mpossível acompanhá-los a olho nu. Mas como sabemos que eles passam? Simples: um emanranhado de números se seguem e se sobrepõem. O assovio que mais parece uma trombeta de tão alto, ecoa por todo espaço, penetrando até mesmo no fundo da piscina. Ao ouví-lo atleta acelera. Alguém grita: Perna, perna, perna. Mas o nadador só consegue ouvir o som agudo que penetra em seus típanos gerando uma estranha energia atômica que o faz se multiplicar disparando para vitória. O cronômetro pára ele salta e grita: Valeu Fulano. Esse era seu jeito de falar como estava orgulhoso de seu atleta. Essa foi sua rotina nos últimos doze anos desde que concluíu o curso de Educação Física e posteriormente o mestrado. Ainda jovem o veterano técnico acompanhou várias gerações de promessas nunca cumpridas e outras tantas muito bem realizadas. Para ele não era apenas um trabalho, era sua vida. Ele dava não só seu corpo, sua voz, ele dava sua alma. Isto talvez explique suas explosões de fúria e alegria. Era sua alma que estava ali nos braços e perninhas de centenas de atletas que ele liderou.
Mas depois dessa longa jornada os horizontes se estreitaram e ele percebeu que não conseguiria mais chegar a lugar algum. Decidiu parar de gritar, assobiar, emocionar e ensinar.
O cronômetro travou: Acabou.
Valeu Leo!
By- Adriano Cabral.
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