Há um bom tempo tenho ouvido e lido sobre relacionamentos amorosos e sempre tenho observado que algumas relações, por mais “amor” que aparentemente tenha entre o casal, tais relacionamentos são grande fonte de dor e frustração tanto para um como para o casal no todo. Por que isso acontece? Já vi várias explicações, inclusive neste blog os textos “Matando o Verdadeiro Amor Espalhando Ilusões” vão nesta linha. Quero acrescentar algumas reflexões que tive diante do contato com os escritos do filósofo Pierre Levy sobre o tema. Ele defende a idéia que a “origem do mal” é que o ser humano não aceita a sua solidão e o sofrimento decorrente dela, logo, necessita sempre alguém com ele para “devorá-lo” transferindo no processo para os outros todos seus sonhos, desejos e também suas frustrações e dor. Pensar que alguém representará tudo na sua vida é o primeiro passo para o fracasso. Então, antes de tudo as pessoas devem aprender a encarar o sofrimento, não abstraí-lo ou maquiá-lo, mas senti-lo em sua plenitude, aprender a conviver com ele é imprescindível para uma relação saudável com outra pessoa, sem esperar dela... Tudo.
Se ao encarar o seu sofrimento você identifica que outra pessoa possa ser a fonte dele, você deve falar sobre isso com ela, mas nunca quando as emoções estiverem à flor da pele, mas com calma, se possível frieza e honestidade. Quem agir com urgências de sentimentos, no impulso, acaba tomando falsas decisões que podem ser definitivas, pois alguns males simplesmente não têm conserto. Se os problemas persistirem não há outra solução senão afastar-se. Não importa o que você sente ou acha que sente, nada pode justificar perpetuação de uma relação tóxica. Cultivar tal relação é tão doentio ou mais danoso como cultivar o uso constante de drogas psicotrópicas. O afastamento, de preferência deve ser físico e mental, mas se fisicamente não for possível temos que ao menos nos afastar internamente. Só é bom não confundir crises eventuais no relacionamento, que é normal e é superável, com conflitos constantes e duradouros, típicos das relações tóxicas.
Identificamos alguém com propensão a desenvolver relações tóxicas quando ela costuma a não assumir suas responsabilidades nem para o bem nem para o mal. Do mesmo modo que ela se vitimiza com freqüência, ela sempre atribuirá sua felicidade ao fato de outra pessoa ter interferido em sua vida. Justamente, esse suposto reconhecimento do mérito alheio vai ser a desculpa para livrar-se do peso de seus atos numa situação futura. Portanto, da mesma forma que essas pessoas aparentemente se doam na relação, elas super potencializam cobranças e dramas, não raro, desnecessários.
Finalizo esse texto com uma citação de Buda: "Se o viajante não encontrar um companheiro igual, ou melhor, que não sofra a companhia de um insensato,
mas caminhe decididamente só".
By- Adriano Cabral
Interesssante o texto!!
ResponderExcluirO fato é: Para amar ao outro, é necessário primeiramente amar a sí. Não, o outro, por mais perfeito (ainda que apenas na sua mente) seja, não é, nem possui, a solução para todos os seus problemas. E não, o amor não possui o pózinho milagroso que vai fazer a sua vida um mar de rosas.
ResponderExcluirO segredo dos relacionamentos é saber diferenciar a magia do amor, do veneno da cega paixão..
Concordo com muito do que você falou. Seguindo a linha do filósofo holandês Baruch de Espinosa, viveríamos melhor se controlássemos nossas paixões. Sei que o sofrimento é opcional, como disse Buda, mas na prática tudo é bem complicado.
ResponderExcluirSayuri disse "tudo" Você só está efetivamente preparada para amar (se dar realmente para outra pessoa) quando você tem uma relação de amor profunda consigo mesmo. A não acontecer isso você acaba sempre desenvolvendo uma relação artificial de amor/ódio pois se de um lado você vai "adorar" o seu parceiro do outro você irá "odiá-lo" pois ele representa muito mais na sua vida do que você mesmo representará (mais uma construção enganosa que sempre tende a ruir).
ResponderExcluirE sempre chega o momento de crises e nela, a pessoa que não se ama vai atribuir toda responsabilidade da relação ao outro "supostamente mais forte" Vai inclusive dizer que tudo que vez ou deixou de fazer foi apenas em "função do outro". O que é de fato uma mentira. Núma relação afetiva NINGUÉM faz nada por ninguém, sempre tentamos tomar atitudes esperando retorno e satisfação NADA é gratuito (Só amor de mãe é grátis e olhe lá) e sempre quando a não é mais conveniente as pessoas deixam de "sacrificar-se" pela outra. Não é nada romântico, mas é fato.
Diante disso, a pessoa que tem uma boa relação consigo mesmo tende a mensurar bem a medida de "sacrifício" e o consequente preço que vai ser pago em prol da relação. Nada muito bom é fácil, e não dá para ficar se lamentando porque se teve " muito trabalho".
Enfim, é preciso amar o outro como a si, já dizia o mestre.
Aconselho a leitura do livro O Fogo Liberador, de Pierre Levy, editora Iluminuras. Está esgotado, mas pode ser encontrado em algum sebo.
ResponderExcluirAh não a muito o que dizer, simplesmente o texto diz a verdade, mas gostaria de fazer um pequeno comentário que faz esse texto que supostamente deturpa o romantismo ficar mais alegre, sempre digo que faço o que faço porque eu quis e decidi assim, o bom nisso, alias talvez o que eu mais goste dessa minha postura é que eu sei que tudo que acontece é minha responbilidade tudo de bom e de ruim, e sendo assim eu que decido quando terminar o bom e o ruim, ter essa poder me fascina deveras, o poderrrrrr *totalmente embriagada pelo poder*... ^___^
ResponderExcluirEmanuela Jéssica
ResponderExcluirConcordo plenamente que, para amar outra pessoa e esse sentimento ser saudável é necessário que você ame uma pessoa em especial, "VOCÊ" mesmo,pois desse jeito a relação entre um casal se torna mais feliz e duradoura e não um ato de posse e obsceção.
A mais pura verdade. me sinto vivendo o texto.
ResponderExcluirAs vezes confundimos o amor com a comodidade, e acabamos nos intoxicando
como algumas pessoas aqui sinto como se o texto fosse feito para mim,acho que passei tanto tempo tentando maquiar a solidão e o sofrimento que já existia em mim,me doei tanto a uma relação toxica,que esqueci até quem eu sou,a minha verdadeira identidade para ser o que o outro esperava e eu tbm esperando o msm q ele fosse tudo aquilo que eu queria ,uma relação onde ficaram várias magoas ,por isso realmentemente é melhor se caminha decididamente só.
ResponderExcluirCompartilho o mesmo sentimento, mas falta-me coragem, ou forças, para andar.
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