Em que tipo de país um grande destacamento de policiais portando o que há de mais moderno em armas e tecnologia assassina um cidadão com sete tiros na cabeça sob a suspeita que o mesmo seja um grande criminoso para logo depois perceberam que se tratava de um cidadão comum? Em que tipo de país o judicário além de não punir os tais policiais veda terminamente até mesmo a possíbilidade dos mesmos serem processados com apoio total do governo? Não, não estamos falando do Brasil amigos, estamos falando da Inglaterra. O leitor mais atento já tinha percebido que estávamos falando da terra do grande bardo e do agente que tem licença para matar. Dia 22 deste mês, faz exatamente cinco anos que Jean Charles de Menezes foi brutalmente assassinado por pessoas a serviçõ do governo britânico, e até hoje ninguém foi punido, sequer processado.
Não é de hoje que a Scotland Yard não inspira confiança nos súditos da rainha, no longínquo 1887 Sir Arthur Conan Doyle foi obrigado a criar um detetive particular que humilhava a polícia britânica e seu inspetor Lestrade, sempre ressaltando como a resolução do crime na época era: Elementar. Holmes não tinha observação por satélite, nem câmeras espalhadas por cada viela de londres, nem tampouco possuía o infidável e variado arsenal que a polícia de hoje possue para prender os possíveis meliantes. No entanto, assim como o invariavelmente incompetente Lestrade, Ian Blair o chefe de polícia que ordenou a desastrosa operação policial não tinha idéia do que estava fazendo, não obstante, sua maior pena foi perder o cargo de chefe de polícia, isso porque ele quis, alegou que não estava tendo o devido apoio do prefeito.
Enquanto os jornalões do nosso país ridicularizam nosso presidente porque se encontra com dirigentes do irã, Cuba e Venezuela que supostamente violam direitos humanos, nenhum deles escreve uma única linha contra encontros de nosso grande líder com o primeiro ministro inglês. Ora, não estamos falando apenas em erro da polícia, em dezembro de 2008, o júri da investigação pública sobre a morte do brasileiro declarou "veredito aberto", no qual não se pronuncia sobre a responsabilidade da polícia no incidente, depois de o juiz Michael Wright negar a possibilidade de opinar sobre um homicídio injustificado.
Com essa decisão, o magistrado fechou as portas à possível acusação contra os responsáveis da morte do brasileiro, apesar do apontamento da sucessão de erros da polícia –entre eles, a falha em avisar Jean Charles verbalmente antes de atirar contra o brasileiro.
No além onde tudo é possível, Jean Charles foi lá puxar a orelha do nosso querido Sherlock Holmes, que como os fãs já sabem, morreu num duelo contra seu pior inimigo. Em resposta às queixas do brasileiro que não se conformava com a impunidade por seu assassinato, o genial detetive resolveu tomar partido de seus conterrâneos fulminou a questão dando uma resposta irretorquível:
- Elementar caro Charles, você era brasileiro o que para nós britânicos se equipara a espécie comum de animal. Há tantos de vocês...se ao menos estivessem em extinção...
By- Adriano Cabral
TEXTO,EXCELENTE
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