Comecei a escrever efetivamente aos doze anos. O mundo não me bastava, sentia a necessidade de reinventá-lo, seja para amá-lo mais ou quem sabe apenas suportá-lo. Durante a adolescência foram vários poemas e textinhos entre o melancólico ao nilista. Afinal, como a vida poderia ser boa se eu vivia só. Aos vinte, primeira namorada, parei de escrever. Só retomei três anos depois após levar um sonoro pé na bunda e ser abandonado pela namoradinha que inventou de curtir a vida na europa. Dessa desilusão surgiu um livro, que sou obrigado a confessar, considero a melhor coisa que já escrevi na vida.
Mas o tempo de solidão durou pouco, e pouco tempo depois estava de namoro novamente e logo após casei. Passei cerca de dez anos sem escrever com regularidade. Apenas em 2008, com separação e nova solidão acabei criando um blog e despejei mais de uma centena de textos, com os mais variados temas, para deleite de alguns poucos leitores que me visitavam regularmente. No entanto, não há mal que dure pra sempre, diz o ditado, sei lá, é algo parecido. Hoje novamente estou feliz no amor de bem com a vida no trabalho e o que acabou acontecendo? Deixei de escrever.
Não, os personagens não me abandonaram, as idéias não deixam de povoar meu inconscimente, mas o fato é que parece que só os infelizes realmente conseguem escrever.
Acabei de retornar de um show legal do Capital Inicial (apesar de alguns dos músicos da banda estarem realmente precisando de aulas) e passei o restinho do reveilon com a família. Estou feliz, é fato. E mais uma vez me veio a pergunta: Só os infelizes que conseguem escrever?
No século retrasado, algumas intelectuais, como o próprio Machado de Assis, defendia que quem apenas lê muito é um idiota, só os escritores poderiam se salvar. Será que é assim que me sinto às vezes? Um idiota que apenas lê?
2013 irá responder... Uma grande parte de mim quer provar o contrário.
Pois é, vou dormir, cinco e meia da manhã (vixe isso ta parecendo facebook.rs)
Bom dia, feliz ano novo...
...e que venha 2013